terça-feira, 17 de novembro de 2009

66 pt

não escrevi este poema
apareceu agora
simplesmente
palavras soltas que se juntam
para ti
em torno de um número
66
apenas mais um
que fala da vida
e do tempo
do mar
da areia
não escrevi este poema
simplesmente
penso em tudo o que já fiz
aqui
neste espaço que é mais teu do que meu
que é do mundo
podia falar-te dos livros que li
das músicas que ouvi
mas o verdadeiro prazer
seria ler-te
saber que me respondes
com os livros que lês
com as músicas que ouves
com o toque mais profundo que possuis
é esse toque que eu quero sentir
é nesse toque que eu posso tocar-te
se conseguires fazer-me chegar
o que de mais profundo
tens
para publicar
não escrevi este poema
simplesmente
deixei-me levar pelo som do teclado
dos dedos a saltitar
e se por uma feliz ou infeliz coincidência
leste antes ou agora um dos primeiros poemas deste conjunto enumerado
chegas à conclusão que se
e podes crer: sem se
não escrevi este poema
apenas cumpro o dever de digitar as palavras que saem
e com esta última me fico
repetidamente
a escrever
e a apagar
a escrever
e a apagar
os poemas ficam para outro dia

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