a ditadura mais triste
é feita às palavras
quando querem sair
e ficam pendentes
na língua do poeta
que sente o ritmo
e perde o momento
a liberdade mais triste
é poder não escrever
corrigir a palavra que saiu
deixá-la pendente
esperar a outra que surge
no horizonte imediato
e escolher
pegar no universo das palavras
e infinitamente escolher
palavras que não se escolhem
todas as palavras são boas
quando vêm do coração
seja de plástico
mas carinhoso
recheado de doçura
e assim falando
ficando sem palavras
porque afinal
todas dizem o mesmo
gosto de ti
e de ti
gosto de ti
e de ti
e de ti
e de ti
gosto muito
mesmo muito
de ti
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