segunda-feira, 14 de setembro de 2009

2 pt

palavras soltas
ditas ao acaso
como quem sopra ao vento
contra o vento que não retrocede
palavras sopradas
ao teu ouvido
palavras caídas
duma árvore qualquer
singelamente despojadas
encostadas ao solo
daí não descendo
levemente pousadas
imóveis
expectante
à espera do vento
ou do teu sopro mais forte
dum único sopro que gritas
como se silencioso
fosse o teu grito mais agudo
esperando que fosse o meu nome
e tu esperando o meu sopro
toquem-se as nossas imaginações
dos nossos sentidos
proibidos.

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