quinta-feira, 17 de setembro de 2009

5 pt

escrevo para mim
para o presente finito
imediato
que já acabou
para mim
tudo o qe escrevo
desaparece
com a escrita
desfazem-se pensamentos
raciocínios
metáforas
ideologias
não necessariamente nesta ordem
nem noutra
apenas escrevo
escrevo para mim
como te atreves a espreitar
por cima do meu ombro?
apenas porque sabes
que me fazes feliz
no meu silêncio
finjo uma intimidade
inconveniente
aquela que escrevo
para te irritar
para que eu acredite
que intimidade outra
é perder-te e ficar só
simplesmente
perdido no mundo

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