domingo
já é domingo
esta semana foi antecipada
desde quinta que todos os dias são hoje
prometo-te
hoje
quinta-feira
que hoje
domingo
não escrevo mais
para depois
de que me serve prometer tanto?
para falhar
é impossível hoje viver toda a minha vida
será uma eterna promessa
para quê?
por umas linhas que tu quase não lês
pelas quais os teus olhos saltitam
e num ápice dizes
tretas
este tipo escreve a metro
lança palavras para o teclado
como quem as lança ao vento
e assim
sem nada dizer
consome bytes
gasta memórias
ocupa banda
larga
estreita
consoante os sítios
mas já imagino este poema a circular por aí
ainda agora olhei
e ali vai uma onda
wireless
vejo ali
naquela onda
claramente
este meu poema
do mundo
da humanidade
virtual
talvez seja um artefacto
pré-histórico
para uma sociedade futura
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